Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, disse queagenda de abertura e reformas é prioridade
Mais competitividade e menosburocracia. Empresários, organismosinternacionais e autoridades do governofederal concordaram que essas são as prioridades para estimular o comércioexterior e alavancar a posição do Brasilcomo uma plataforma de exportações. Ocusto elevado com burocracia e mão de obra tornam as empresas brasileiras menos competitivas, o que amplia a atuação no mercado interno, disse hoje(31) o ministro da Indústria, ComércioExterior e Serviços, Marcos Pereira, durante o Fórum de Investimentos Brasil 2017. “O governo conseguiu perceberque há apoio das empresas para que o Brasil se abra”, afirmou. “Todas as mudanças que fizemos ao longo do último ano e ainda faremos até o final de 2018 permitem que o Brasil possa teressa agenda de abertura prioritária.”
Com o avanço das reformas emandamento e uma agenda focada empromover a abertura comercial do Brasile em avançar nos acordos de comércioexterior, o ministro antecipou aosparticipantes do Fórum que a reformatributária que o setor exportadordemanda será enviada ao Congresso atéo final deste ano para ser votada no começo de 2018. “Faremos primeiro umamicro-reforma para reduzir a burocracia e obrigações acessórias. Depois, faremosuma macro-reforma tributária que já estáem discussão dentro do governo. Mas essa precisa ser mais abrangente, incluindo Estados e municípios na mesa”, disse Pereira.
O CEO da BMW Brasil, Helder Boavida, disse que a montadora sentiu no dia-a-dia a necessidade dessa micro-reformaque o governo prepara. “Tivemos de lidarcom cerca de 150 licenças para iniciar a produção da fábrica que instalamos emSanta Catarina. É muita burocracia”, afirmou o executivo português. Para o CFO da WEG, André Luis Rodrigues, o governo acerta em cheio ao colocar no centro da agenda a participação do Brasilno comércio internacional, mas defendeupolíticas públicas e medidas do governopara apoiar as empresas exportadoras. Além da reforma tributária e de combater o Custo Brasil, o executivo disse que o país precisa ter mais infraestrutura e oferecer previsibilidade e clareza nasregras. "Se houver tudo isso, o Brasil terácondições de ser uma plataforma de exportação não apenas de produtos, mas de produtos com alto valor agregado”, disse Rodrigues.
Para os representantes do BancoMundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), José Guilherme Reis e Maurício Mesquita, elogiaram a prioridade do governo em promover maisabertura comercial. “O processo de abertura, iniciado em 1990, sofreu um revés severo em 2004”, disse Mesquita. Para ele, o Brasil precisa ainda discutir o patamar elevado de suas tarifasunilaterais antes de celebrar novosacordos. “É preciso avançar nisso, existeespaço para cortar essa tarifa pelametade e ainda daria pra negociar com todos os parceiros comerciais com relevância”, defendeu o economista-chefe do BID, que propôs uma reduçãode 50% nas tarifas brasileiras ao longode quatro anos a partir de 2019.
Reis, do Banco Mundial, endossou a posição do colega. “É preciso fazer um movimento unilateral, não é possível se integrar com o nível de taxação que existe no Brasil, especialmente sobrebens de produção importados”, criticou. Por outro lado, a iniciativa do Brasil de promover uma agenda de acordoscomerciais foi elogiada. “Se o Brasilquiser fazer parte da cadeia global de valor precisa participar de acordoscomerciais, que criam oportunidadespara o bom ambiente de negócios”, disseReis.