Com uma população de quase 200 milhões pessoas e que passa por uma tendência de envelhecimento, o Brasil representa um ambiente promissor para investimentos em saúde, avaliaram os participantes de mesa redonda que tratou do tema durante o Fórum Brasil de Investimentos2017 nesta quarta-feira (31), em São Paulo.
Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, o governo está trabalhando para realizar mudanças que tornem o mercado brasileiro ainda mais atraente. “É fundamental, por exemplo, que entidades como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) sejam mais ágeis”, disse. Vamos propor mudanças importantes para tornar o Brasil mais atrativo em pesquisas clínicas”, acrescentou o ministro.
O diretor da empresa Medtronic no Brasil, Oscar Porto, citou não apenas o tamanho da população e a tendência de envelhecimento, mas também o maior acesso a áreas urbanas. “O setor de saúde tem uma vantagem: ele é o último a ser afetado pela crise e o primeiro a sair dela. As empresas que tiverem um trabalho focado conseguem se beneficiar”, comentou o executivo.
O presidente da Merck para América Latina, José Bastos, ressaltou a importância da estabilidade e da previsibilidade da economia como essenciais para um ambiente propício aos negócios. “Para as empresas que trabalham com projetos de longo prazo, como a Merck, essa segurança é essencial”, disse o executivo da farmacêutica, que está há 70 anos no Brasil. “Difícil encontrar uma companhia que não veja o país como prioritário. O mercado interno é muito grande, o ambiente de inovação é atrativo”, disse.
Entidades de fomento à pesquisa, como a Finep e o CNP, também foram citadas como parte essencial de impulso à inovação. Um exemplo é a Magnamed, brasileira que exporta ventiladores pulmonares e é referência na área. “Temos gente capacitada, bons fornecedores. Nossos competidores são grandes, e ainda assim disputamos em igualdade com eles”, comentou Wataru Ueda, CEO da empresa. Já o vice-presidente da Americana Intrexon, Thomas Bostick, também elogiou a capacitação dos pesquisadores brasileiros. “Os avanços na saúde dependem basicamente das biociências, da tecnologia e da engenharia. Investir nesse tripé é investir na saúde no longo prazo”, disse.