O otimismo com novos leilões previstos para o segundo semestre e a abertura de novos setores para Parcerias Público Privadas (PPPs) deram o tom da primeira mesa redonda do segundo dia do Fórum de Investimentos Brasil 2017, que acontece em São Paulo.
Para o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Welington Moreira Franco, o restabelecimento da confiança dos investidores no Brasil é comprovado a cada leilão. Ele lembrou que para a concessão de quatro aeroportos domésticos, por exemplo, foram atraídos três grandes grupos internacionais. O resultado favorável se repetiu no leilão de energia, em que novos investidores se juntaram aos que já atuavam no Brasil. “O volume de investimentos estrangeiros e o sucesso desses leilões demonstram que estamos vivendo num ambiente mais competitivo e com perspectivas de negócios mais sólidos na área de infraestrutura num futuro próximo”, disse.
O CEO da Acciona, André Clark, que atua no País há 20 anos, destacou que o Brasil “não é novidade para o investidor estrangeiro”, mas há um consenso geral sobre a oportunidade aberta no momento para acelerar investimentos em infraestrutura nos próximos anos e sobre o quanto isso deve representar para o desenvolvimento regional. “Estamos convencidos da importância do PPI (Programa de Parceria de Investimentos), não só para a aceleração dos projetos de infraestrutura, mas como indutor de investimentos no interior. A área de saneamento, por exemplo, oferece um mundo de oportunidades em engenharia, tecnologia e prestação de serviços, mas que, ao contrário dos leilões de aeroportos, por exemplo, não estará concentrada nas capitais”, disse o executivo.
Para o vice-presidente do BID Alexandre Rosa os projetos de infraestrutura deverão ser para o Brasil da próxima década um propulsor de crescimento tão grande quanto foi a entrada da classe C no mercado consumidor na década passada. Mas ele destacou que é necessário um cuidado extra com o preparo dos projetos. “A solução de infraestrutura passa necessariamente pelo setor privado, mas estou convencido de que essa solução deverá vir de projetos bem preparados pelo poder público. Nós (o BID) funcionamos muito bem neste tripé, e podemos ajudar a desenvolver mecanismos de mitigação de riscos junto ao setor privado, por exemplo, de uma maneira mais eficiente do que os financiadores tradicionais”, comentou.
Já para o presidente da Ambima (Associação Brasileira das Entidades dos mercados Financeiros e de Capitais), Robert John Van Dijik, o arcabouço para que os investimentos venham está sendo composto e, “quando as condições políticas permitirem”, serão rapidamente induzidas novas movimentações no mercado de capitais. “É chegado o momento que, com a nova visão do BNDES de deixar de financiar a maior parte dos projetos, caberá ao mercado de capitais um papel maior no desenvolvimento econômico”, disse.
Para o CEO da chinesa Three Gorges Brazil, Li Yinsheng, há muita expectativa no mercado sobre novos projetos em energia no Brasil. “Há uma obra maravilhosa como Itaipu, que data da década de 70. Tivemos outras recentes, mas a demanda é maior”, estima.