Anúncios de novos investimentos produtivos cresceram 10% em 2016

Os anúncios de investimentos no Brasil divulgados durante o ano passado por grandes grupos privados nacionais e estrangeiros somam US$ 69,5 bilhões em projetos a serem realizados nos próximos anos, envolvendo pelo menos 14 segmentos da economia nacional. Desse total, fatia de US$ 49,6 bilhões (71,4%) envolve lançamentos de projetos feitos por agentes exclusivamente internacionais. Os dados são do Panorama de Anúncios de Investimentos  no Brasil 2016, documento preparado pela Rede Nacional de Informações sobre Investimento (Renai), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). O documento aponta um aumento de 9,8% nos anúncios de investimentos na economia brasileira, sinalizando que os agentes econômicos ampliaram a confiança no País.

Transporte, armazenagem e comunicações foram os setores que mais receberam intenções de investimentos, ficando com 25,2% do total anunciado. Logo abaixo ficaram produção e distribuição de eletricidade, gás e água, com 23,8% e indústria de transformação, com 23,6% do total. Quanto à origem dos investimentos, os países que se destacam são Estados Unidos, Itália, Espanha e China.

O relatório da Renai destaca que os números apontados representam uma estimativa de futuros investimentos, ou seja, não vão guardar absoluta correlação com os dados do fluxo de Investimento Estrangeiro Direto (IED). São considerados investimentos na forma como foram anunciados por ocasião da primeira notícia divulgada pela empresa nos meios de comunicação. A Renai é mantida pela Secretaria de Desenvolvimento e Competitividade Industrial (SDCI/MDIC), com o apoio de diversos parceiros, como órgãos estaduais e entidades de classe empresariais. O estudo considera apenas anúncios que envolvam projetos em investimentos produtivos. Não são levados em conta investimentos em fusões e aquisições.

Maiores

Os dez principais projetos de investimento anunciados por grupos empresariais no ano passado somam US$ 41 bilhões, representando 59% do total. A Shell (de origem anglo-holandesa) lidera o ranking, com US$ 10 bilhões a serem aplicados em cinco anos no desenvolvimento de projetos como exploração dos campos do pré-sal. Em segundo lugar, está a Telefônica Vivo (Espanha), que investirá US$ 7,5 bilhões na expansão da cobertura 4G e ampliação de sua rede de fibra óptica no País. Já a norte-americana TechXact prevê em seu plano investir US$ 5,4 bilhões na implantação de um hub internacional de data center em três cidades brasileiras.

Também estão por trás de grandes investimentos anunciados no ano passado as companhias Enel Green Power (energia solar); Statoil/Sinochem (petróleo); Tim/Móvel (telefonia); Volkswagem do Brasil (automobilístico); Emae/AES Tietê/Siemens-Gasen (energia); Engie Tractebel Energia (energia) e o grupo Cevital (metalurgia).

Atratividade

O relatório do Renai destaca que o Brasil tem se mantido como um dos principais destinos de investimento estrangeiro direto nos últimos anos. Em 2016, o Brasil foi o sexto principal destino mundial de IED, de acordo com o relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Em março deste ano, os ingressos líquidos de investimentos diretos no país totalizaram US$ 7,1 bilhões. Isso representa um aumento de 27,9% com relação ao mesmo mês do ano anterior, conforme dados do Banco Central. No ano passado, os investimentos estrangeiros diretos somaram quase US$ 79 bilhões.

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