O novo cenário econômico brasileiro criou um ambiente de negócios no Brasil muito mais favorável ao investidor estrangeiro. O processo de queda de juros, estabilização fiscal, retomada do crescimento, reformas macroeconômicas e aprimoramento dos marcos regulatórios gerou uma conjuntura de maior previsibilidade e potencial de ganhos. E as opções de investimentos estão sendo multiplicadas com iniciativas governamentais. “Temos oportunidades em todas as áreas de infraestrutura: energia, óleo e gás, saneamento, rodovias, ferrovias, aeroportos, portos”, afirma o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira. “As perspectivas são muito positivas, com a atuação do governo para melhorar o ambiente de negócios e aumentar as parcerias com o setor privado.”
Esse quadro favorável à chegada de novos agentes ganhará destaque no Fórum de Investimentos Brasil 2017, evento que ocorrerá em 30 e 31 de maio em São Paulo, focado no fortalecimento das relações dos investidores estrangeiros com o Brasil. No Fórum, o governo vai destacar o programa de concessões e parcerias com o setor privado. Com a mais recente rodada do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) foram lançados nada menos que 55 projetos de concessão, além de 15 novos projetos de saneamento estaduais e municipais na carteira do Projeto Crescer. A lista inclui terminais portuários, linhas de transmissão, ferrovias, empresas de saneamento e rodovias, com investimentos estimados superiores a R$ 45 bilhões.
“O Fórum será um momento particular, muito especial, onde os investidores poderão ter contato com diversas autoridades e conteúdos e fazer intercâmbio com agentes do próprio setor privado para construir um conjunto de informações que os permita realmente tomar a decisão de vir para o Brasil”, afirma o ministro.
Ambiente favorável
Oliveira destaca que a situação atual do Brasil é “amplamente superior à situação de 12 meses atrás”. Segundo o ministro, a expectativa é que o último trimestre de 2017 apresente um crescimento de mais de 2% em relação ao último trimestre do ano passado. A inflação de 2017 deve ficar em 4,10 % este ano, conforme expectativas de mercado apuradas pelo Banco Central ao final de março. Abaixo, portanto, do centro da meta, de 4,5%. “Sem dúvida nenhuma estamos na trajetória de retomada”, diz o ministro.
Alguns dados positivos que já sinalizam a recuperação são o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que apresentou crescimento em janeiro e fevereiro frente ao mês anterior; o Indicador de Intenção de Investimentos, do IBRE-FGV; a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de safra recorde de 224,2 milhões de toneladas no próximo ano agrícola (2017/2018)). Outros dados que têm antecipado um aquecimento da atividade são o consumo industrial de energia elétrica e a produção de papel ondulado.
O mercado internacional já começou a melhorar a percepção de credibilidade em relação ao Brasil, ressalta Oliveira. Prova disso, lembra o ministro, foi a decisão da agência de classificação de risco Moody’s de alterar a perspectiva de nota do Brasil de negativa para estável. “É bom quando vem uma avaliação deste tipo porque fortalece a linha que o governo já está seguindo”, afirma Oliveira.
Os agentes internacionais já têm forte presença no Brasil, No acumulado de 12 meses encerrados em fevereiro, por exemplo, os ingressos líquidos em investimento direto no País atingiram US$ 84,4 bilhões, resultado equivalente a 4,59% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Banco Central. A Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad) aponta que o Brasil foi o quarto principal destino de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no acumulado de 2014 e 2015. “O Brasil é grande”, lembra o ministro do Planejamento, referindo-se às amplas oportunidades de negócios, em diversos setores e em diversas regiões.
Para Oliveira, as medidas adotadas pelo governo ao longo do último ano foram fundamentais para o restabelecimento da credibilidade. Ele cita como exemplos a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto dos gastos, que limitou o crescimento das despesas públicas à variação da inflação por um período de 20 anos; a reforma trabalhista, flexibilizando a legislação para permitir que as negociações entre empregadores e empregados prevaleçam sobre restrições legais, e a reforma da Previdência, que vai permitir uma previsibilidade de solidez do lado das contas públicas. Outra iniciativa importante foi a retirada do monopólio da Petrobras para exploração na área de óleo e gás. Na esfera microeconômica, o ministro destaca ainda decisões como a redução gradual da multa adicional de 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), paga pelas empresas, reduzindo o custo do emprego e dos negócios e o saque de recursos das contas inativas do FGTS, levando importante volume de recursos às famílias.