O engajamento do governo federal para a execução de reformas estruturais com o apoio do Congresso Nacional, nos últimos meses, tem contribuído para fortalecer um ambiente mais propício aos investimentos estrangeiros diretos. A avaliação é do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, ao destacar a potencialidade do mercado consumidor interno e a evolução de negociações comerciais como atrativos para o capital externo. “Estamos numa conjuntura muito favorável ao investimento estrangeiro. Quem investir no Brasil não está investindo só no País, mas tendo acesso a um mercado muito amplo”, afirma.
O ministro elenca uma série de questões que favorecem a condição do Brasil como uma plataforma de inserção de empresas no mercado regional e mundial. No cenário doméstico, destacam-se o controle da inflação, as modificações na legislação em andamento no Congresso Nacional, a segurança jurídica e a responsabilidade fiscal.
Como resultado dessas mudanças, o volume de investimento estrangeiro direto no Brasil tem crescido, destaca. Segundo dados do Banco Central, a entrada desse tipo de recursos no País cresceu 41,4% no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2016,
Já do ponto de vista internacional, Aloysio Nunes destaca a adoção de uma política externa de maior abertura comercial, com a participação mais efetiva do Brasil em negociações de acordos, como do Mercosul com a União Europeia e com a Aliança do Pacífico (formado por Chile, Colômbia, Peru e México). O Mercosul e a Aliança do Pacífico representam 80% da população da América Latina e Caribe, respondendo por mais de 90% do PIB e dos fluxos de investimento direto estrangeiro na região. É mercado de aproximadamente 470 milhões de pessoas, segundo dados do Itamaraty.
Todo esse cenário será detalhado aos empresários estrangeiros que estarão no Fórum de Investimento Brasil 2017, organizado pelo governo federal e marcado para os dias 30 e 31 de maio, em São Paulo. “Temos uma economia com níveis de excelência em muitos setores, avidez por novos investimentos, notadamente em infraestrutura”, afirma o ministro. “É um país que respeita as leis, tem um sistema jurídico que funciona e um governo que tem claramente um rumo definido em relação a acolher investimentos estrangeiros e estimular o livre comércio. A realização do fórum “vai a favor do vento, vento positivo.”
Esforço comercial
Aloysio Nunes destaca a importância da política externa na atração de investimentos estrangeiros, aliada aos interesses nacionais. Nesse cenário de abertura comercial, é importante que os empresários brasileiros compreendam os benefícios da integração de cadeias de produção, de agregação de valor, aumento de competitividade do setor.
Além do fortalecimento das relações com países vizinhos, das tratativas do Mercosul com o Canadá, Japão, Coreia do Sul e Índia, há ainda o interesse firme, por parte do governo brasileiro, de alcançar um novo patamar de relacionamento com o continente africano. “É um continente em franca mutação e crescimento. Já temos uma presença muito grande em programas de cooperação e muitos investimentos de empresas brasileiras. Os países africanos querem parcerias, investimentos, negócios”, avalia.
Em relação à China, Aloysio Nunes lembra da forte presença de investimentos daquele país no Brasil, inclusive em infraestrutura. “Continua sendo um destino forte de nossas commodities, mas precisamos agregar valor às nossas exportações para a China. Eles têm expertise, dinheiro e capacidade empreendedora. E eles querem o Mercosul. Para o futuro, um acordo comercial é algo a ser considerado”. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, desde 2009. A corrente de comércio entre os dois países ampliou-se de forma marcante entre 2001 e 2015 – passando de US$ 3,2 bilhões para US$ 66,3 bilhões, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.