Fundo Brasil China terá US$ 20 bilhões para financiar infraestrutura

Projetos podem ser apresentados a partir de 1o de junho, gestão será conjunta
 
Brasil e China assinaram hoje (30), durante o Fórum de Investimentos Brasil 2017, em São Paulo, a criação do Fundo de Cooperação para Expansão e Capacidade Produtiva Brasil–China. Com aporte de US$ 20 bilhões, o fundo irá financiar projetos de infraestrutura e tecnologia de interesse dos dois países em todo o território nacional. 
 
O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, disse que o Fundo é resultado de várias rodadas de negociação entre os dois países sobre a forma de gestão dos recursos. Para a China, que investiu US$ 40 bilhões no Brasil nos últimos anos, essa é uma parceria estratégica, afirmou. “O Brasil é um dos países prioritários para nós, e o Fundo vai injetar energia no processo de industrialização brasileira e contribuir para o desenvolvimento conjunto”, disse Li. 
 
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, destacou que o lançamento ocorre num momento particular para o Brasil, "quando estamos buscando parceiros internacionais e apoio para dar continuidade aos projetos de desenvolvimento do país”. A iniciativa, segundo o ministro, é a primeira  da China com gestão, decisão, financiamento e investimento conjunto com outro país. “Isso reafirma a confiança da China no futuro do Brasil.” 
 
O novo Fundo de Cooperação para Expansão e Capacidade Produtiva Brasil–China já estará disponível a partir da quinta-feira (1/6). Segundo Dyogo Oliveira, a partir dessa data o site do Ministério do Planejamento já irá disponibilizar um canal para submissão de projetos de financiamento para serem avaliados pelos dois países gestores. Os recursos serão destinados prioritariamente a projetos de logística, energia renovável, agribusiness e tecnologia.
 
O Fundo, segundo o ministro, será uma forma de o Brasil multiplicar os recursos que aporta em investimentos em infraestrutura, já que prevê que para cada R$ 1 financiado pelo Brasil, serão aportados o equivalente a R$ 3 da China. O Fundo terá um montante inicial de US$ 20 bilhões. Inicialmente, o BNDES e a Caixa serão os repassadores nacionais, responsáveis por um aporte total de US$ 5 bi (50% cada um). “É importante frisar que o Tesouro vai aportar zero recursos. E os financiamentos não estão restritos ao BNDES e a Caixa. Se houver um projeto apresentado a um banco privado ou a um consórcio de bancos nacionais, caberá a eles aportar a parte brasileira do negócio”, explicou. 
 
O critério básico para seleção do projeto será a melhoria na infraestrutura brasileira e a possibilidade de expansão da capacidade produtiva da indústria nacional. Não haverá contrapartidas, ressaltou Oliveira. “Isso significa que o Brasil não precisa contratar uma empresa chinesa ou mão-de-obra chinesa, nada. Tanto pode participar uma empresa brasileira, como pode participar uma chinesa, ou ambas”, explicou. O gerenciamento dos projetos será feito pela Secretaria de Relações Internacionais do Ministério de Planejamento e a aprovação dos projetos será feita por um comitê executivo bipartite. 

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