Inovação e sustentabilidade devem caminhar juntas no agronegócio

 

Painelistas do FIB 2017 discutiram os potenciais envolvendo a tecnologia no campo

 

Uma das maiores potências agrícolas do mundo, o Brasil ainda tem espaço a conquistar no comércio mundial. Para isso, porém, será preciso investir em inovação, mas sem perder a sustentabilidade de vista. Essa foi a mensagem da mesa-redonda sobre agricultura promovida durante o Fórum Brasil de Investimentos 2017, que acontece nesta quarta-feira (31) em São Paulo.

Abrindo o debate, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, lembrou que o Brasil passou de importador líquido de alimentos há pouco mais de 30 anos para o posto de terceiro maior exportador agrícola do mundo. “O Brasil se desenvolveu não foi por acaso. Quem trabalha na área sabe que nossas terras são fracas para o plantio. Mas temos conhecimento, temos tecnologia, a Embrapa. E temos principalmente o produtor, que é um guerreiro”, disse o ministro.

O diretor da Syngenta para a América Latina, Karsten Neuffer, disse que o agronegócio vive uma nova fase, e que o crescimento está cada vez mais condicionado à união entre inovação e sustentabilidade. “O produtor já percebe isso. Ele tem que ser mais produtivo, mas também estar atento a um consumidor cada vez mais exigente e preocupado com a origem e o processamento de alimentos”, comentou o executivo.

A questão também foi ressaltada por Cristiana Palmaka, CEO da SAP Brasil. Segundo ela, a tecnologia no campo está permitindo o acesso a uma quantidade significativa de informações e que o desafio, agora, é consolidar esses dados. “A parte analítica tornou-se riquíssima. Cada uma das vertentes do agronegócio fornece informações valiosas para a tomada de decisão”, disse.

Também presente ao debate, a empresária Mariana Vasconcelos, fundadora da startup Agrosmart, atestou a importância da tecnologia agrícola por meio de sua história pessoal. “Sou filha de produtor e me interessei em buscar soluções tecnológicas para ajudar meu pai. Hoje atendo clientes em diversos países”, conta a mineira de apenas 25 anos que ganhou um prêmio de inovação da Nasa, a Agência Espacial Americana.

O CEO da BR Foods, Pedro Faria, lembrou que a inovação precisa estar presente em todas as etapas, “antes, durante e depois da porteira”. “Imagine o desafio para nossa empresa, que nada mais é do que um conglomerado com mais de 13 mil produtores agrícolas”, comentou. Na avaliação do executivo, a China é “nossa cara-metade nesse processo”. “Os chineses vão representar mais da metade do crescimento no consumo de carnes nos próximos dez anos. E isso depende muito do Brasil, que é fornecedor de grãos”, completou Faria.

 

Compartilhe

Outras Notícias

Henrique Meirelles: reformas vão melhorar a produtividade da economia brasileira

Hora de investir no Brasil

Plano da Petrobras prevê parcerias que são oportunidade única, diz presidente da estatal