O apetite dos investidores estrangeiros, seja pelas oportunidades do setor de óleo e gás, seja para o setor elétrico, tomaram conta do debate sobre Energia, que encerrou o Fórum de Investimentos Brasil 2017, nesta quarta-feira (31), em São Paulo.
Para o ministro das Minas e Energia, Fenando Coelho, neste primeiro ano de governo, a atual gestão “já vem mostrando resultados”, com a esperada mudança no marco regulatório do setor de petróleo, que flexibilizou as regras, a reorganização do setor elétrico e asperspectivas de novos leilões. “Restabelecemos a confiança no setor de óleo e gás, que estava bastante contaminado, e retomamos conversas com o setor elétrico, que havia partido para a judicialização. Também devolvemos a previsibilidade aos dois setores, programando leilões futuros. Vamos continuar perseguindo nossas metas para colher frutos e resultados”, disse.
Segundo o presidente da Petrobras, Pedro Parente, além das oportunidades que deverão surgir com esses novos leilões de energia e de áreas exploratórias programados pelo Governo, o próprio programa de desinvestimento e atração de parcerias da estatal nas mais diversas áreas –em especial no Refino– deverá atrair mais de US$ 40 bilhões em investimentos nos próximos anos. “Estamos fazendo roadshows e aproveitando oportunidades como essa desse Fórum para convidar quem ainda não é nosso parceiro para vir conhecer as oportunidades e se juntar a outras 40 parcerias que já temos com empresas de vários segmentos”, disse.
Para o CEO da Shell Brasil, André Araújo, há um sentimento comum em todo o setor que é a “expectativa de o fazer o Brasil voltar a crescer, e para crescer é preciso de energia”. Segundo ele, no entanto, todo o otimismo que está no ar exige uma dose de cautela. “É preciso assegurar que o Brasil é competitivo. Precisamos de estabilidade de regras, garantir que os contratos serão cumpridos. Essa é uma vigilância que todos nós precisamos ter. Há oportunidades na Costa Africana, no Golfo do México, e estamos disputando com esses locais esses investimentos. Estudos mostram que para colocar uma plataforma em produção são gerados 300 mil empregos. Unir essas oportunidades à competitividade é um desafio”, afirmou.
Essa equação ideal de oportunidade e competitividade também está sendo buscada no setor de biomassa. PederNielsen, CEO da Novozynes, que atua no Brasil desenvolvendo tecnologia nessa área, afirmou que o Brasil pode se tornar potência mundial em energia elétrica a partir da biomassa, uma vez que tem a produção de mais baixo custo no mundo neste setor. “Toda a tecnologia para garantir o primeiro lugar nessa disputa o Brasil já tem. Resta agora desenvolver a cadeia de suprimentos. Ou seja: estamos empolgados, temos grandes oportunidades, criamos condições para desenvolver, mas o capital só vai chegar quando os investidores se sentirem absolutamente confortáveis”.
O CFO da chinesa State Grid, Li Ruge, é da mesma opinião. “Vemos inúmeras oportunidades a serem desenvolvidas no País e estamos atentos a elas”, disse.